Meu carro foi comprado em novembro de 2013, modelo 2014, sempre fez as revisões de garantia até os 60.000km, depois o prazo de garantia acabou e passei a fazer as revisões em uma oficina de minha confiança. O carro sempre esteve muito novo e todos que olham não acreditam quando digo que é 2013/14, viveu todo este tempo sem dar um defeito, seja mecânico, elétrico ou eletrônico. Acontece que em novembro de 2022, eu estava trafegando por uma rua em São Paulo e o sistema de alarme de temperatura do motor disparou. Parei o veículo imediatamente, para evitar danos maiores, chamei um reboque e levei o carro para a oficina que confio. Quando identificaram o problema me avisaram que seria PERDA TOTAL. Como assim perda total em um veículo que somente esquentou e não rodou nenhum metro depois dos avisos, pois é, realmente perdi meu carro. Acontece que o bloco do motor é de alumínio, e quando chega por volta dos 100.000km ele racha na parte inferior do motor e vaza água lentamente até que o reservatório esteja vazio e os alarmes soem. Para resolver o problema de forma definitiva é necessário substituir o bloco do motor e consequentemente todas as suas peças (bronzinas, casquilhos, bielas, pistões, anéis, juntas, bomba de óleo, etc...), o problema maior é que não existem blocos deste motor para vender, nem na rede de concessionárias, nem no mercado paralelo, uma vez que a demanda é muito grande e a fábrica destes blocos retirou o produto da linha de fabricação, impulsionada pela Peugeot que por conta de muitos problemas substituiu este motor em 2018. Enviei o veículo para a concessionária a fim de saber se teria como consertar, mas o orçamento apresentado pela Peugeot supera o valor do carro (tabela FIPE) em 20%. A solução apresentada é a soldagem do bloco, porém não tem garantia e o mecânico já me alertou para o FATO de que novos vazamentos surgirão, mesmo assim o valor do reparo supera os R$9.000,00. Diante deste fato, ajuizei uma ação para discutirmos os seguintes tópicos: 1- Vício oculto de fabricação; 2- A falta do motor na rede de concessionárias; 3- A responsabilidade da montadora nos fatos; e 4- O reparo em garantia. A montadora quando solicitamos amigavelmente o reparo, informou que por não ter feito todas as revisões do veículo até a data de hoje, isto é, mesmo depois de terminada a garantia e por o veículo ter 140.000km, o desgaste foi natural. Como pode um bem durável como um automóvel possuir somente 140.000km de vida útil????? Esta informação não estava no contrato de compra do veículo em 2013. Além do mais em nenhuma revisão aparece o item de verificação interna do bloco do motor, o que resultaria na abertura do motor e para sua montagem a troca de todas as peças existentes no seu interior, somente assim seria possível medir a espessura da parede interna do bloco e saber se havia algum desgaste. Por todos estes fatos, sim o mecânico estava certo, meu carro deu PERDA TOTAL só por ter esquentado.