BYD Seal (Elétrico) 2024
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Avaliação:9,2
É bom: Design chama muita atenção. As pessoas viram a cabeça, apontam, comentam, me chamam para conversar. Tudo bem, é novidade, mas me impressionei como chama atenção. 530 cv e mais de 60 Kgfm de torque: Aceleração vertiginosa, alguns chegam a ficar enjoados/tontos. É bruto demais, 0-100 km/h em 3,6s [alguns até conseguem em menos tempo]. Acabamento muito bom, bem acima da média de sedans médios/grandes, acredito que alcança em muitos pontos - não todos - os premiuns. Suspensão com frequência variável [macia em terrenos irregulares, mais firme em pisos planos], preza mais pelo conforto. ADAS, antes muito intrusivo, foi recalibrado na última atualização via OTA e ficou bem melhor. Tecnologia excelente [ACC, leitura de placas, praticamente dirige sozinho]. Boa ergonomia. Sou alto, gosto da posição de dirigir. Freios compatíveis. Silêncio absoluto, sensação de isolamento, aprecio bastante. Na cidade faço cerca de 500 km com uma carga. Na estrada, na última viagem de 400 km, sobrou 15 por cento de bateria, o que daria para estimar uma autonomia de 450/470 km, sem abusar muito do acelerador, claro. Se andar focando na autonomia, sem acelerações, modo ECO, etc., acho que faz os 500 km na estrada também. O carro é baixo, mas, passando devagar, vai transpor obstáculos como um sedan médio qualquer. Carregamento em DC chega a 150 kW, ótimo para cargas rápidas em estradas [20/30 min]. Sistema de som da Dynaudio de 750 W de boa qualidade, desde que bem equalizado. Revisões gratuitas por 5 anos ou 100 mil km. Seguro barato pro meu perfil e com altas coberturas [R$ 4,5k], mais em conta que o do antigo Jetta, mas tem franquia bem alta [R$ 22k]. Marca é a mais confiável, apesar do preconceito existente com as marcas chinesas.
É ruim: Pneus Continental são voltados para autonomia, poderiam ter mais grip. Há relatos dos pneus cortarem com facilidade as laterais com calibração menor de 40 psi. O carro é pesado, mais de 2 toneladas, então pula ao passar em grandes desníveis de estrada. Por ser mais baixo, pode raspar fácil o meio ou a dianteira. Comigo ocorreu um única vez, ao passar mais rápido numa rampa. Tela do velocímetro poderia ser mais bonita, digamos que mais germânica, como era no meu Jetta GLi. O ADAS era ruim antes da atualização, mas agora melhorou muito. Freios e direção parecem imprecisos no modo normal, mas no modo Sport mudam bastante, ajuda muito na sensação de dirigibilidade. Apesar de muito macios e confortáveis, gosto mais de bancos de couro natural. Poderia ter um som de rodagem em velocidade baixa mais legal, tipo da BMW, feito pelo Hans Zimmer. Menor diâmetro de giro [precisa manobrar mais]. Velocidade final [190 km/h] baixa para um carro com mais de 530 cv, mas é uma limitação eletrônica por conta saúde das baterias e falta de marchas. Não tem estepe. Porta-malas apenas razoável. Carregamento caseiro em AC é limitado a 6,6 kW [carrega o carro em cerca de 13/14 horas [de 0 a 100 por cento], poderia aceitar trifásico de 11 kW como alguns outros elétricos. Não precisei ainda, mas noticiam muito que o pós-venda da marca é ruim, que não tem peças de reposição, mas os relatos dos grupos que participo são compatíveis com o que ocorre com outras marcas mais comuns.
Problemas: Até agora nada, apenas um ruído/grilo que apareceu aos 3.000 km na tela do velocímetro quando em piso irregular. Vou testar mais um pouco e depois levo na concessionária para avaliar/ajustar.
Opinião do dono: Venho de um Civic Touring 2018 e depois de Jetta GLi 2021, bons sedans médios, e pensava comprar uma BMW 320i ou 330i seminova, mas não há como comparar nenhum deles com o Seal. É absolutamente superior na esmagadora maioria das coisas. O Seal é um carro que era para custar mais de R$ 500/600K se fosse de uma marca mais tradicional. Acelera demais, não tem pra ninguém, só carros superesportivos ou outros elétricos bem mais caros para acompanhar. Poderia ter maior velocidade final, mas demandaria outras tecnologias e deixaria o projeto mais caro e menos acessível. Talvez a desvalorização seja forte no futuro, mas carro também não é investimento. Prefiro conviver com um Seal de 530 cv desvalorizado do que com um Civic/Corolla que supostamente guarda preço. É caro [quase R$ 300k] para a realidade brasileira, mas não tem nada que ofereça algo parecido pelo preço. O carro elétrico ainda não serve para todos perfis, demanda infraestrutura em casa e nas regiões onde mora e pretende transitar, mas acredito que seja uma via sem volta. Pelo menos, na região Sul/Sudeste já está caminhando bem. O conforto que o carro elétrico traz [sem barulhos, trepidações, marchas, gases de escapamento, etc.] é muito bom para o dia-dia. Claro, alguns puristas vão torcer o nariz, eu também pensava assim, mas depois de testar, principalmente um Seal, logo esquece dessa história de ronco, parece ser algo do passado. Recomendo muito, desde que tenha infraestrutura em casa, principalmente com energia fotovoltaica, e carregadores DC na região onde pretende transitar e viajar. Não pretendo voltar aos carros à combustão.
#Seal (Elétrico)
#2024
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