É bom: Os pontos positivos são muitos, mas acho que vale destacar o nível de segurança que o carro oferecia, muito avançado em relação aos concorrentes da época. Essa versão que veio para o Brasil era o pacote mais completo, portanto já vinha de série com tudo que se tinha direito, incluindo 6 airbags, ABS, ESP, AFU, todas essas letrinhas assistentes. O nível de equipamentos também merece destaque, o carro tem ar condicionado digital dual zone, volante multifuncional [um show à parte], sensor de estacionamento já naquela época, sensores de chuva e luminosidade, bancos em couro com aquecimento [opcionais], controle de cruzeiro e limitador de velocidade, faróis de xênon direcionais [opcionais], é tanta coisa que às vezes nem dá pra lembrar de tudo, ele realmente é bem recheado. Na parte de design é um pouco de gosto pessoal, eu particularmente acho lindo e atemporal, o carro não enjoa de olhar e nem de andar, ainda mais quando feito algumas modificações como rodas aro 17 ou 18, molas esportivas, etc. A estabilidade é excelente, e o conforto também [quando original]. Muita gente acha que o carro é muito mais novo do que de fato é, além de parecer custar caro, já me perguntaram quanto eu tinha pago, se era algo na casa dos R$ 50 mil. Outro destaque é a facilidade de manutenção, visto que é um motor que foi amplamente usado na linha PSA, tem manutenção muito tranquila e peças são facilmente encontradas, ainda mais hoje em dia com a facilidade da internet, é mito aquilo que muitos falam que não encontra peças pra esses carros. Inclusive é possível encontrar muita peça mecânica em concessionária e às vezes vale a pena pelo valor em relação à peças paralelas. Quanto a consumo eu julgo ser justo, dentro da categoria do carro na época, sendo um motor 2.0 de concepção mais antiga não tem como comparar com motores sobrealimentados de hoje em dia que conseguem ter consumo excelente e desempenho também, por outro lado, esses carros cobram muito caro na manutenção, diferente de um motor aspirado sem injeção direta e tudo mais, como é o caso do VTR. Além da manutenção tranquila, o carro vendeu relativamente bem pela proposta e pelo preço que custava quando novo, foram vendidos cerca de 4500 carros, números superiores a esportivos como Civic Si, Sandero RS e Punto T-Jet, por exemplo. E diferente do que muitos dizem, existe mercado para ele se for um exemplar em bom estado, o problema é que tem muito carro surrado hoje em dia.
É ruim: Já me perguntaram se era um Veloster. Brincadeiras à parte, os defeitos são poucos mas existem, porém por tudo que o carro oferece e o valor que custa nem dá pra reclamar muito. Vale uma menção a suspensão que realmente sofre um pouco como na maioria dos PSA, porém todos sabemos que a culpa não é do carro e sim das nossas ruas, entretanto tenho o carro a quase 2 anos e ainda não troquei sequer uma peça de suspensão, que foi toda refeita pelo dono anterior, mas procuro evitar estradas ruins e isso deve ter colaborado. Outro fato é que ele detecta facilmente gasolina ruim, podendo acender a luz de injeção e o famoso aviso de defeito no sistema anti-poluição. Eu particularmente nunca tive esse problema, mas abasteço sempre [gasolina comum de qualidade] no mesmo posto conhecido e de confiança. Pode haver problema com a bomba de combustível original também, mas é facilmente resolvido com a troca para a bomba dos C4 Flex, que inclusive já foi feita no meu carro pelo antigo dono. Outra coisa que vale ser mencionada é a dificuldade para achar peças de acabamento, isso sim é um fato para alguns itens exclusivos do VTR, e não, não estou falando da tampa/vidros traseiros. O para-choque do VTR é exclusivo, assim como as grades do para-choque que são diferentes do C4 comum, não é raro ver carros com esses peças trocadas pelas do modelo comum. Muita gente pode não saber mas o para-brisa do VTR é exclusivo também, diferente dos C4 comuns ele tem uma película chamada PET, que ajuda na proteção UV. O câmbio teve as relações encurtadas para o carro ficar mais esperto de saída, visto que pela potência em si ele não é um carro forte, porém isso acaba refletindo diretamente na estrada, o carro fica na casa de 3 mil giros a 100 km/h, atrapalhando o consumo e gerando um pouco de ruído interno.
Problemas: Um dos problemas crônicos da linha C4/307 é a churrasqueira do para-brisa que com o tempo começa a empenar, visto que para dar manutenção nos amortecedores dianteiros é preciso retirá-la, então uma peça de plástico já ressecada de muitos anos, volta e meia sendo retirada, não tem jeito. Com isso, começam problemas com entrada de água na parte do motor. No meu carro quando peguei ela estava bem caída, deixando um bom vão entre o para-brisa e a borracha da churrasqueira, então prendi de outras formas pra tentar resolver o problema, não ficou 100 por cento mas não entra água em abundancia. Em casos mais graves já vi relatos de cair água em cima da bobina, o que pode gerar falhas. De resto não tive problema algum, apenas manutenção preventiva normal, como troca de correia dentada, limpeza de arrefecimento, etc.
Opinião do dono: Em resumo, imbatível na faixa de preço dele hoje [de R$ 20 a 25 mil para conseguir exemplares em bom estado], design atemporal que não enjoa. Quando penso em trocar [só pelo fato de querer um carro mais potente] vejo que não vale a pena, porque precisaria colocar o dobro de dinheiro do que ele vale hoje para pegar um carro mais forte e com os mesmos itens, porém ainda assim nenhum vai conseguir ter o charme e a exclusividade dele. Talvez isso explique porque tenha muita gente que tem VTR à anos e não pensa em vender, e outros que vendem depois se arrependem e querem comprar de novo. Recomendo fortemente, desde que compre um em bom estado e saiba mantê-lo em ordem, é carro para ficar à vida toda. Eu acredito que daqui pra frente ele não caia mais de preço, visto que exemplares em bom estado estão ficando cada vez mais difíceis de serem encontrados, e quem tem geralmente não vende.